Afinal, quais os benefícios dos bandhas, as contrações do hathayoga?

Você praticante de yoga, com certeza já deve ter ouvido falar dos bandhas. Mas tem claro na sua mente o porquê fazemos essas contrações durante a prática de yoga?

Então vou te explicar tudinho nesse artigo.

Bandha é uma palavra em sânscrito cuja tradução é “fecho” ou “fixação”. Traduz-se como “contração”. O termo deriva da raiz bandh, que significa ligar, fixar. São contrações de determinadas partes do corpo físico executadas durante a prática de yoga (ásanas, meditação, pranayama) que trazem benefícios tanto no plano denso (corpo) quanto no plano mais sutil (mente e emoções).

Existem quatro bandhas mais importantes:

1) jalāṇḍhāra – ativação da garganta, levando queixo na direção do osso esterno,

2) uḍḍīyana– recolhimento do abdômen,

3) mūla– contração do assoalho pélvico, e

4) jihva – elevação da língua no palato mole (céu da boca).

Quando combinamos a contração dos três bandhas: jalāṇḍhāra, uḍḍīyana e mūlabandhas, estamos fazendo o bandhatraya, ou a “contração tríplice”. Quando fazemos a combinação dos quatros bandhas acima, falamos que estamos fazendo o mahābandha, ou “grande contração”. Essa combinação é feita em alguns ásanas específicos, como no halasāsana, postura do arado, aquela variação da posição da vela em que os pés vão em direção à cabeça.

Então, do ponto de vista denso, a ativação dos bandhas irá nos proporcionar uma prática mais saudável, pois mantém o corpo aquecido evitando lesões.

Além disso, ao manter o uḍḍīyanabandha, o recolhimento do abdômen e o mūlabandha contração do assoalho pélvico, estamos protegendo a região lombar durante a prática de ásanas, e fortalecendo essa região.

Especialmente para as mulheres, fazer o mūlabandha será muito benéfico para evitar incontinência urinária, pois com o passar dos anos os músculos do assoalho pélvico tendem a ficar mais flácidos, e consequentemente a bexiga desce. Praticar mūlabandha é essencial para evitar que isso aconteça.

Mūlabandha também irá beneficiar as mulheres que desejam um parto vaginal, pois irá trazer mais consciência para essa região usada no momento expulsivo do parto.

Já do ponto de vista mais sutil, os bandhas são usados para "canalizar" a energia a fim de despertar a kundalini (energia potencial latente que está localizada a base da coluna).

Através dessas ativações, o praticante faz com que a energia descendente, chamada de apānavāyu, suba e a energia ascendente, prāṇavāyu desça. Ambas se encontram na altura do umbigo e depois partem para o períneo, região onde kundalini, a energia vital se localiza, fazendo com que ela desperte.

Podemos afirmar, também, que os bandhas atuam na melhora do sistema endócrino, no funcionamento dos órgaõs internos, no sistema nervoso, bem como no funcionamento da própria mente, que fica mais focada e torna-se assim mais apta para a concentração.

Portanto, fazer bandhas só traz benefícios. Se concentre também nisso durante a sua prática de yoga e tudo fluirá da melhor maneira.

Namastê! Boas práticas!