PRESSA

Quero ouvir áudios na velocidade normal, quero esperar para ver uma semente germinar, quero sentir a água do chuveiro na minha pele, quero assistir ao pôr do sol em silêncio.

Quero  viajar sem muitos planejamentos, conversar com as pessoas olho no olho. 

Quero assistir conteúdos mais longos e densos, quero ler um livro ao acordar. 

Não quero pressa a todo momento, não quero sentir que a vida escorreu pelos meus dedos sem eu me dar conta. Quero ser contramão do “normal”, da norma, das pressões externas.

Qual o sentido de viver apressado a todo instante? Estamos em busca do quê, querendo chegar aonde? 

Enaltecemos o “foguete sem ré”, o “trabalhe enquanto eles dormem”, “os milhares de seguidores na internet”. Sem nos dar conta de que a velocidade nos rouba vida, presença, contemplação.

Não à toa vemos os casos de transtorno de ansiedade só aumentar. Quem não conhece alguém assim? 

Tomar consciência disso, se questionar é o primeiro passo para mudar.

No yoga os movimentos são lentos e em sincronia com a respiração propositalmente para nos trazer presença, atenção plena no aqui e agora. E assim aos poucos vamos acalmando a mente e o coração, nos lembrando de que não somos máquinas. Somos seres que sentem, se importam, se conectam, se vulnerabilizam. Que podem viver a vida de maneira mais harmoniosa, mais leve, mais em paz.