ASHTANGA YOGA DE PATAÑJALI - OS OITO PASSOS PARA ALCANÇAR O AUTOCONHECIMENTO
- Gabi Z Reis Yoga
- 22 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Muito se fala que o yoga não é só posturas, e que vai muito além da prática física que inclui pranayamas, meditação e relaxamento.
Mas, o que seria esse "algo a mais" que tanto ouvimos falar?
Existem inúmeros textos que abordam a tradição do yoga, e um dos mais conhecidos é o Yoga Sutra de Patañjali. Sutra é uma palavra em sânscrito cujo significado literal é cordão, é um estilo literário que consiste em passar o ensinamento em poucas palavras, um sutra está ligado ao próximo, como um cordão.
Dentro do Yoga Sutra de Patañjali temos o que chamamos de "Aṣṭāṅgayoga (lê-se ASHTANGA) Yoga de Patañjali", "Aṣṭā" em sânscrito significa 8.
São, portanto 8 passos que o praticante de yoga segue a fim de viver em harmonia com nós mesmos e com o Dharma (o bem comum), e o objetivo final é a Iluminação, ou reconhecer-se como o Ser pleno e feliz que somos. Não confundir com Ashatanga Vinyasa Yoga, que é a prática de ásanas desenvolvida por Patthabi Jois, em MySore na Índia.
Vamos nos aprofundar um pouco mais nesses oito passos de Patañjali?
São eles:
1. Yama
2. Niyama
3. Āsana
4. Prāṇāyāma
5. Pratyāhāra
6. Dhāraṇā
7. Dhyāna
8. Samādhi
1. Yamas são cinco proscrições: não usar nenhum tipo de violência (ahiṁsā); falar a verdade (satya); não roubar (asteya); não desvirtuar a sexualidade (brahmacarya); e não apegar-se (aparigrāha).
Tais proscrições tem como objetivo preparar o praticante para os seguintes passos.
2. Niyama, as prescrições psicofísicas compreendem cinco disciplinas: a purificação (śaucan); o contentamento (santoṣa); a austeridade ou esforço sobre si próprio (tapas); o estudo de si próprio (svādhyāya); e a consagração a Īśvara, o Ilimitado (Īśvaraprānidhāna).
(EM UM PRÓXIMO TEXTO EXPLICAREI ITEM POR ITEM DOS YAMAS E NIYAMAS)
3. Āsana, o terceiro estágio, são as posições físicas, que certamente você, leitor, conhece. A definição de Āsana é uma postura firma e confortável. Primeiro precisamos alcançar um corpo firme para conseguirmos nos manter confortáveis na posição de meditação, para irmos para os próximos estágios:
4. Prāṇāyāma: o processo de expansão da energia vital, usando a respiração. O objetivo principal é equilibrar o fluxo de energias no organismo, preparando-se para as outras etapas.
Sabemos, também, que o Prāṇāyāma é um importante aliado para diminuir as flutuações mentais e preparar a mente para Pratyāhāra, que vem a seguir.
5. Pratyāhāra: a retração dos sentidos, é a faculdade de liberar a atividade sensorial do domínio das imagens exteriores.
Gosto de explicar Pratyāhāra como: deixar no externo o que é externo. Desde que nascemos somos bombardeados por informações, sons, cheiros, imagens, que levam a nossa mente para o externo, esquecendo de olhar para dentro de nós.
Pratyāhāra é trazer a atenção para si, a fim de se reconhecer como plenitude e consciência.
6. Dhāraṇā, é concentração. Concentrar-se em um ponto só, como por exemplo no objeto em que se está meditando (pode ser a respiração, uma imagem, um mantra).
Essa concentração intensa só é possível com dedicação e prática regular. Porém, não deve ser forçada, pois forçar a concentração pode ter efeito oposto do desejado.
Após algum tempo de prática conquista-se Dhāraṇā naturalmente.
7. Dhyāna, a meditação em si. Consiste em parar o fluxo de pensamentos, o que é diferente de parar de pensar.
Não existe uma maneira para explicar em palavras o que é meditar. O professor de yoga pode ensinar ao aluno técnicas de concentração intensa que podem levá-lo ao estado meditativo, que é algo muito pessoal.
8. Samādhi é a absorção meditativa. É a etapa final do processo de introspecção promovido pelas práticas. É durante o Samādhi que é possível nos reconhecer como a Consciência Ilimitada, também chamado de Puruṣa.
Porém, esse último estágio não é um fim em si mesmo, ou seja, não é o objetivo final do yoga, é apenas mais uma experiência.
O objetivo final chama-se Mokṣa, que significa liberdade. É apreciar a vida e sua Ordem regida por Īśvara (que pode ser traduzida como deus), tomando consciência que fazemos parte dessa Ordem e que somos a manifestação do Ser Ilimitado.
Espero que tenham gostado desse artigo.
Qualquer dúvida estou à disposição.
Namastê
Gabriela Reis - Chandra Yoga Bauru
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