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Um olhar profundo sobre Ahimsa, a não-violência


Descrito no YogaSutra de Patañjali, na Bhagavadgita, no HathaYoga Pradipika como um dos valores a se cultivar a fim de alcançar o objetivo maior do yoga, a liberdade (moksa), Ahimsa, a não-violência, é um velho conhecido do praticante de yoga.


Basicamente é não ferir nenhum ser vivo com pensamentos, palavras ou ações. Isso porque vemos a divindade em todos os seres, em toda a criação.


Tudo deriva de Ahimsa, os demais yamas e nyamas, bem como os outros seis passos descritos no Astanga Yoga de Patañjalii para alcançar a liberdade, tem esse valor como plano de fundo. Isso porque, quando a não-violência está bem consolidada na vida do praticante, os outros ensinamentos fluem com facilidade.


Uma interpretação errônea de ahimsa é achar que o praticante de yoga é “apático”, quando na verdade, o verdadeiro yogin é aquele que luta pelo o que quer e pelo bem comum, porém suas “armas” não são a violência, mas sim a amorosidade e a compaixão.


Quando as coisas vão bem, manter essa amorosidade pode ser fácil, mas o “bicho” pega quando a vida nos coloca em situações desafiantes. Então, como não se deixar levar pelo impulso natural de se defender de forma violenta? A prática de yoga, principalmente a meditação, pode nos ajudar muito nessa questão.


Durante a prática nos colocamos como o “observador consciente”, aquele que observa com certa distância tudo o que acontece sem se envolver ou julgar. Com constância na prática, o yogin aperfeiçoa a capacidade de pensar antes de agir, e então, diante uma discussão pode avaliar de que modo irá responder, sempre levando em conta os seus valores.


Não leve tudo para o pessoal


Outro modo interessante de lidar com discussões ou provocações é tentar não levar tudo para o pessoal. Desenvolver a capacidade de olhar para aquela explosão de raiva de outrem, por exemplo, como algo originário de um conflito interno dele, e que, muitas vezes, não tem nada a ver com você.


Aqui não estamos falando de “dar o outro lado da face” para a pessoa bater, é necessário se defender quando preciso, mas não se deixar contaminar por algo que é totalmente dela.


Resumidamente, é interessante trabalhar a capacidade de agir ao invés de reagir. Reações são respostas mecânicas extraídas de experiências anteriores e que não passam por uma avaliação prévia. Em geral sempre nos arrependemos de uma reação quando analisamos posteriormente com calma o que fizemos.


Já a ação é uma resposta deliberada, em que conseguimos analisar com calma as consequências e agir de acordo com os nossos valores pessoais, a fim de não machucar a si mesmo e o outro.


A comunicação não-violenta como aliada


Saber usar as palavras certas para se comunicar tem um imenso poder. Viver é se relacionar, e os relacionamentos requerem diálogo e acomodação.


Mas para que uma simples conversa não vire uma discussão séria, se faz necessário usar algumas ferramentas da comunicação não-violenta.


Esse tipo de comunicação nos ensina a dialogar partindo do princípio de como estamos nos sentindo. Por exemplo, quando alguém faz alguma coisa que não gostamos, ao invés de apontar o dedo para o erro, a comunicação não-violenta nos ensina a expressar como nos sentimos com aquela ação: “Me senti triste quando você disse que não iria comigo a tal lugar”


Quando falamos do nosso sentimento criamos uma conexão com o outro, e o diálogo começa a fluir melhor. Uma comunicação compassiva cria um ambiente de paz.


Todo os esforços para viver a não-violência tem o objetivo de trazer mais coerência nos relacionamentos do yogin. Ninguém quer viver uma vida de conflitos, o que queremos é viver com tranquilidade.


Não se esqueça de você


É comum vermos pessoas compassivas e amorosas com os outros, mas estar sempre se auto criticando, em um eterno conflito interno. A não-violência deve começar em nós mesmas, lembrar que somos dignas de amor e cuidar desse complexo corpo-mente que chamamos de Eu.


Trabalhar ahimsa em nós mesmas é validar nossas conquistas, mesmo que sejam pequenas; é fazer mais coisas que nos deixam felizes; é ter um tempo diário para o autocuidado; é também olhar para si como manifestação da divindade e da criação.

Você veio a esse mundo para ser feliz, não se esqueça disso.


 
 
 

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