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Vamos conhecer um pouco mais sobre alguns āsanas?

Os praticantes de HathaYoga utilizam os āsanas como meio de alcançar a iluminação, ou o autoconhecimento do Ser.

As posturas físicas são o terceiro passo dentro do Ashtanga de Patañjali, aqueles oito passos que preparam o praticante para o Samadhi, ou libertação (mais sobre esse assunto aqui).


Os āsanas estão descritos nos antigos textos do yoga, como na Haṭhayoga Pradīpikā, que conta apenas 15 deles, e na Gheraṇḍa Saṁhitā, texto um pouco mais recente que lista 32 posturas.


O que sabemos é que as posturas físicas do yoga foram criadas pelos antigos yogis, a partir da observação da natureza, e o objetivo maior era a construção de um corpo forte e flexível que aguentasse muito tempo em posição de meditação.


Falaremos aqui sobre dois āsanas que estão descritos na Gheraṇḍa Saṁhitā, texto do século XVII e que praticamos até hoje:

- Padmāsana (postura de lótus) e Matsyāsana (postura do peixe)


Segue a descrição do Padmāsana, segundo a Gheraṇḍa Saṁhitā:


Padmāsana

2:8. Colocar o pé direito sobre a coxa esquerda. E, de forma análoga, o pé esquerdo sobre a coxa direita. Cruzar os braços atrás das costas. Segurar com as mãos os dedos grandes dos pés. Colocar o queixo junto do peito. Fixar o olhar na ponta do nariz. Esta postura cura todas as enfermidades.

Outros benefícios dessa postura:

- aumenta a flexibilidade nos joelhos e longa os músculos da coxa.

- Diminui a circulação nas pernas que, em geral, é muito intensa e redireciona fluxo sanguíneo para o abdômen, ativando a digestão.

- Reduz a pressão sanguínea e torna a respiração serena

- Conduz o fluxo de energia do Muladhrá chakra (primeiro) ao Sahásrara (sétimo) chakra, aprofundando a experiência de meditação.

Contra indicação:

- Pessoas com lesões nos joelhos ou rigidez acentuada não devem praticar essa postura.


Padmā significa lótus em sânscrito, é a representação da pureza do Ser, pois as pétalas do Lótus não retém partícula de poeira ou água, assim como o Ser que vive no mundo mas não se deixa "contaminar" pelo sofrimento mundano.

Já o segundo āsana, Matsyāsana , a postura do peixe, é descrito assim na Gheraṇḍa Saṁhitā:

2:21. Adoptar a postura de lótus (sem cruzar os braços por detrás das costas). Permanecer deitado sobre as costas. Segurar a cabeça entre os cotovelos.

A variação descrita seria essa:


Mas, durante nossa prática de yoga realizamos diversas variações dessa postura, até mesmo com ajuda nos "props", acessórios do yoga.

Benefícios desse āsana:

- Alonga a região torácica e abre o peito, facilitando uma respiração profunda;

- Alonga o pescoço;

- Estimula a glândula tireoide, que é responsável por regular o metabolismo do corpo;

- Alonga o abdômen, estimulando a digestão;

- Excelente para pessoas com cifose;

- Ótima contra-postura para Salamba Sarvangasana (postura da vela).

- Estimula os Chakras coronário (responsável pela nossa conexão como o “Todo” ou com o Divíno), laríngeo (expressão da nossa verdade) e cardíaco (perdão e capacidade de amar). Ou seja, é uma postura poderosa, muito benéfica e que movimenta bastante a nossa energia.


Evite fazer matsyāsana nas seguintes condições:

- Se tiver uma infeção nos ouvidos ou sofer de glaucoma; - Se tiver pressão alta ou outra cardiopatia; - Se tiver hérnia ou qualquer outra discopatia na região cervical. Nesses casos, consulte seu médico e trabalhe com um professor de Yoga qualificado, que possa lhe ensinar a conviver com essas condições e otimizá-las.


Matsy em sâncrito significa peixe:


Donde vem o nome matsyāsana?

- O peixe nos remete a Matsyendranātha ou Mīnanātha, o primeiro haṭhayogin, fundador da linhagem dos Nāthas, que nos legaram a tradição do Haṭhayoga.

- Calcula-se que este grande yogin tenha vivido no século V d.C. no norte da Índia. Ele é associado a Avalokiteśvara, o Buda da Compaixão.

- Matsyendranātha é um dos 84 mahasiddhas ou seres perfeitos. Ele também é homenageado na postura clássica de torção sentada, matsyendrāsana.

- Matsya é a primeira encarnação de Viṣṇu (avatāra), que encarna na forma de um peixe com a missão de salvar Manu, o detentor do conhecimento, do grande dilúvio.

- Manu constrói um barco, exatamente como é narrado também na epopéia de Gilgamesh (e posteriormente no mito bíblico da arca de Noé), que é conduzido por Matsya através das tormentas para terra firme.

- Assim, os Vedas são salvos do dilúvio e preservados para as próximas gerações.


Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre essas posturas, e em breve traremos a explicação de outros āsanas.


NAMASTÊ






 
 
 

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