Qual seu maior medo?
- Gabi Z Reis Yoga
- 17 de jul. de 2023
- 2 min de leitura
Abhinivesha é um dos 5 kléshas, ou formas de aflição, descritas no YogaSutra de Patañjali. Resumidamente é o medo de morrer. Realmente esse é um medo comum entre a maioria das pessoas e, se formos parar para pensar, é o plano de fundo para a maioria das decisões que tomamos na vida.
É claro que o medo da morte é algo totalmente natural, compreensível e normal. Ninguém em sã consciência atravessaria a rua sem olhar para os dois lados, nem pularia de um carro em movimento, por exemplo. O medo de morrer existe para preservar a nossa espécie.
Porém, o que pode acontecer é que esse medo se torne exagerado e comece a atrapalhar a nossa vida ao ponto de enxergarmos o perigo onde não há.
Para sublimar esse medo - confiança, entrega, o que chamamos no yoga de Ishwara Pranidhana. Mas esse tema fica para uma próxima reflexão.
Aqui quero propor uma reflexão não sobre o medo de morrer, mas sim o medo de não viver.
Sabemos da nossa finitude, que esse complexo corpo-mente tem começo, meio e fim. A morte chega para todos.
E quando vem em seu estado “natural” e não por alguma fatalidade, o maior arrependimento das pessoas que estão chegando próximas de deixar seus corpos é não ter vivido conforme seus sonhos e anseios.
Uma vez vi um vídeo que falava sobre as três formas de uma pessoa "acordar" para a finitude dessa vida: a primeira é quando uma tragédia mundial acontece, como por exemplo o 11 de setembro, que matou milhares de pessoas; a segunda é quando acontece alguma fatalidade com pessoas próximas; e a terceira é quando a própria pessoa é acometida por alguma tragédia ou doença e “nasce de novo”.
Que maravilhoso seria se a maioria de nós conseguisse despertar sem precisar que nenhuma fatalidade acontecesse. Mas sabemos que não é bem assim. A maioria de nós vive como se a morte nunca fosse chegar. Dizem: "se eu morrer", quando na verdade a frase deveria ser "Quando eu morrer"... E a procrastinação é eterna: “Amanhã eu começo a me cuidar”, “Quando eu tiver um salário x começo a desfrutar da vida”.
Nessa cegueira deliberada nos esquecemos do básico: que a vida acontece no aqui e agora. Que não existe amanhã. Que o único momento eterno é o momento presente.
E esse texto nos convida a refletir que tipo de vida estamos vivendo. Que tipo de sucesso estamos querendo alcançar e qual o preço disso? Quais os valores que são realmente importantes para cada um de nós?
Será que estamos feito hamster em suas gaiolas girando e girando e girando sem ao menos questionar para onde estamos indo?
Ouse remar contra a corrente se isso fizer sentido pra você. Ouse não agradar a todos e receber olhares estranhos por estar seguindo o que faz o seu coração vibrar. Desconfio que o seu eu do futuro te agradecerá!
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